domingo, 16 de maio de 2010

Mapas Históricos na rede e integrados ao Google Earth

Matéria que circulou na lista da geografia (http://br.groups.yahoo.com/group/listageografia/), postada por um grupo de geógrafos da Cataluña/Espanha (Geògrafs.cat! Grup independent de geògrafs catalans)

FONTE: Blographos - ciencia + tecnología + arte + cartografía 18//12/2009
http://www.geographos.com/BLOGRAPHOS/?p=471

Nuevos mapas de la colección David Rumsey en Google Earth

José barreda

La Colección David Rumsey (http://www.davidrumsey.com), es una de las más conocidas y visitadas del mundo, cuenta con alrededor de 18.460 mapas en línea y aunque su especialidad es América del Norte, en su cartoteca podemos encontrar un amplio retrato histórico de todos los continentes (aquí la colección de Perú). Buena parte de sus mapas y planos usan Luna Imaging (http://www.lunaimaging.com) para la visualización de sus imágenes. Sin embargo, aunque el sistema funciona muy bien, es claro que tiene sus ventajas sumar esta colección a las prestaciones ofrecidas por los omnipresentes Google Maps y Google Earth.

Actualmente la sección dedicada mashups usando el API de Google pueden ser visitadas en su web (http://www.davidrumsey.com/view/google-maps) y contiene, además de la valiosa cartografía, una nutrida información contextual. La resolución de los mapas es de lo mejor y su georreferenciación es la notablemente buena tomando en cuenta la distorsión e inexactitudes de estos viejos cartogramas.

Además de la posibilidad de manejar el desplazamiento y el nivel de acercamiento -a la manera de Google Maps-, podemos regular la transparencia de la imagen y superponer y comparar distintas capas de información gráfica.

Totalmente recomendable para los aficionados a la cartografía o para aquellos que andan buscando datos de carácter históricos. Todos lo mapas se encuentran con licencia Creative Commons.

Vínculos:
Colección David Rumsey http://www.davidrumsey.com
Colección David Rumsey en Google http://www.davidrumsey.com/view/google-maps
Visto en:
Lat Long Blog http://google-latlong.blogspot.com/2008/05/more-rumsey-historical-maps-and-more.html
La Cartoteca http://alpoma.net/carto/?p=728

Geògrafs.cat! Grup independent de geògrafs catalans
url: http://www.geografs.cat
Fòrum: http://tech.groups.yahoo.com/group/geografs-cat

Col.legia't:
http://www.geografs.org/?section_id=4

quinta-feira, 13 de maio de 2010

RELATÓRIO DA REUNIÃO DO DIA 30/04/2010

RELATÓRIO DA REUNIÃO DO DIA 30/04/2010

Nesse dia foi apresentado o capítulo 1, do livro de Antonio Carlos Robert Moraes, “Território e História no Brasil”, intitulado “Geografia, história e história da geografia”. Nesse capítulo o autor apresenta as articulações entre geografia e história, recusando as abordagens tradicionais. Também apresenta a distinção entre a geografia material (a apropriação e produção do espaço) e as representações elaboradas pelas sociedades sobre essa realidade (o discurso geográfico). Essa distinção leva à distinção entre geografia e ‘pensamento geográfico”, mais amplo e que não se encerra no âmbito disciplinar da geografia. O autor também analisa a utilização ideológica dos conhecimentos geográficos no âmbito do colonialismo, que se baseia na teoria evolucionista da história. A partir da distinção entre geografia e pensamento geográfico, o autor finaliza apresentando dois campos de pesquisa possíveis para a geografia brasileira: uma história das idéias geográficas no Brasil e uma história da institucionalização da disciplina geografia.
O participante responsável pela apresentação, Hamilton Cassiano Dias, realizou também um paralelo com o artigo “Origens do pensamento geográfico no Brasil: meio tropical, espaços vazios e a idéia de ordem (1870-1930) e também com a obra geográfica do autor campista Alberto Lamego, que merece reexame e utilização atual.
A comentadora, Gisele destacou a apresentação em tópicos realizada e questionou o apresentador quanto à característica da geografia, se una ou múltipla, no que Hamilton comentou que em sua opinião a geografia é abrangente, chegando a abarcar “tudo”.
Durante os debates Cândido destacou a questão conceitual da geografia e as diferentes interpretações geográficas possíveis, por exemplo, entre o colono e o dono de uma fazenda. Helio destacou a importância de Aires de Casal e indagou da importância do IHGB, no que o coordenador, destacou ser um órgão que realizou levantamento importantes, mas não atuou na sistematização da disciplina geografia. Hélio também destacou a incorporação tardia de Karl Marx nos estudos das ciências humanas, criticando a fragmentação de saberes realizada a título da maximização dos resultados. Também destacou a importância de se estudar a história da educação no Brasil, para sabermos se não continuamos reproduzindo um pensamento colonizado. Martins destacou a reedição das obras de Alberto Lamego e a discussão, da geografia, entre licenciatura e bacharelado. Já Tiago, por estudar, simultaneamente, geografia e ciências sociais, apontou certo desprezo, na geografia, em estudar os autores clássicos, vistos como ultrapassados, ao contrário do que ocorre nas ciências sociais, em que o estudos dos clássicos é fundamental. Tal comentário encontrou apoio no coordenador.
Campos dos Goytacazes, 30 de abril de 2010

Marcelo Werner da Silva
Coordenador e relator dessa reunião

RESUMO DO CAPÍTULO 1

CAP 1 – GEOGRAFIA, HISTÓRIA E HISTÓRIA DA GEOGRAFIA

• Iniciar distinguindo  história e geografia
• Evitando o fascínio do empirismo historiográfico para levantamentos empíricos da história da geografia no Brasil
• Recusar de imediato as visões tradicionais:
 “geografia como introdução da história” (historiadores); concepção de Herder da Terra como palco das ações humanas
Problemas:
Geografia como anteato da história; geográfico confundido com o natural
 “geografia como história do presente” (geógrafos)
Problemas:
Geografia como realidade pós-histórica, atualidade só apreensível funcionalmente, escapando à reflexão da história
• Urge, portanto, repensar as articulações entre a história e a geografia através de questões de fundo:
 A história da geografia estudada na ótica disciplinar de um historiador seria igual a conduzida por um geógrafo?
 Qual o papel da história em uma teoria geral da geografia e o papel da geografia em uma teoria geral da história?
 As mediações geográficas e históricas tem o mesmo peso na explicação da história e da historia da geografia? Por que?
 Respostas devem ser no plano dos métodos
 Emerge a questão conceitual, tratada com certa liberalidade/confusão ontológica nos estudos da história da geografia do Brasil
 Ora se enfoca a construção da geografia material do território;
 Ora são os discursos construídos sobre esse processo
 Ou a linguagem da qual são portadores.
• Para abrir a discussão, algumas posições teóricas e indicações analíticas com que trabalha:
1. universo da história muito mais amplo que o da geografia (a geografia como um produto da história)
 a geografia material objetivada no espaço terrestre e o discurso geográfico sobre tais realidades como explicáveis pela história; a historicidade como caminho do entendimento dos objetos e processos espaciais, o que inclui a geografia;
2. por geografia deve-se diferenciar:
• a apropriação e a produção do espaço
• das representações elaboradas pelas sociedades acerca dessa realidade (o discurso geográfico).
• Sendo a valoração simbólica do espaço um momento de sua valorização material, em uma dialética que cabe desvendar.
3. os discursos geográficos variam por lugar, sociedade e época, engendrados por mentalidades vigentes (qualquer leitura da paisagem ou produção de texto sendo densa de uma temporalidade própria)
• portanto em qualquer período da história e qualquer agrupamento humano existe uma geografia (material e discursiva), sendo necessário diferenciar e historicizar as culturas para bem contextualizar suas geografias.
• Várias são as maneiras de diferenciação:
1. a distinção entre o saber popular (conhecimentos geográficos do senso comum e dos povos sem escrita)
2. do saber erudito (amparados em registros, seguindo normas e padrões hegemônicos determinados historicamente.
• A designação “filosofia”  escritos de maior densidade lógica e reflexiva da cultura ocidental
• Já “ciência” é uma forma mais tardia de apresentação do conhecimento legítimo associada à emergência do capitalismo, sendo resultado e alavanca da modernidade
• Portanto discutir o discurso geográfico enquanto ciência é uma delimitação bem restritiva em termos históricos e culturais, excluindo as geografias espontâneas do cotidiano e o saber geográfico contido em mitos e na literatura
• Trabalha-se então somente com o pensamento ocidental a partir do final do século 18
• Mesmo assim o pensamento geográfico emerge de diversos campos disciplinares, sendo um possível delimitador a utilização do termo “geografia”, “na autolocalização das obras, dos autores, das teorias e das instituições que comporiam a comunidade dos ‘geógrafos’”
• Surge então uma “geografia científica” ou “moderna” no final do século 18, com variadas fontes e influências, a maior parte extrageográficas, que a partir de então passa a ser a “geografia”.
• É essa proposta de geografia-ciência que se difunde com a ocidentalização do mundo, o que, porém, não abarca todas as possibilidades do discurso geográfico como ciência
• Assim, pode-se analisar a “geografia moderna” como o projeto de um campo científico singular, com história própria, que se legitima e se institucionaliza de diversas maneiras que variam de país a país, porém remetendo a filiações e paradigmas comuns que conformam um corpo de especialistas (comunidade ou corporação) que cria e implanta estratégias de reprodução.
• Uma característica é a formação de escolas nacionais de geografia, com uma leitura nacional de seu próprio espaço e do mundo
• Em casos de países que tiveram dificuldades em se constituir enquanto Estado, a geografia nacional acaba servindo como mecanismo de legitimação (caso da Alemanha)
• Nos países centrais, ao longo do século 20, a geografia, ao lado da história, passa a ser uma das disciplinas básicas para a legitimação do Estado através do estudo do território, constituindo-se a idéia de “povo”
• Também serviu para municiar o Estado com informações e interpretações que o capacitava para decisões locacionais e geoestratégicas, com a geografia estando presente nos órgãos diretos de gestão política, logística e militar.
• Assim os interesses de cada Estado se expressam em suas geografias (Gottmann)
• A demarcação de fronteiras é exemplo dos interesses envolvidos com a tentativa (ideológica) de sacralizar a “fronteira natural” (fora da história). Na prática a maioria das fronteiras foram definidas militarmente, com a geografia, muitas vezes, servindo para legitimar tais fronteiras.
• Mas a geografia também recria o mundo através se sua própria cultura, embutindo, muitas vezes, projetos de relação e de dominação, com cada país do centro construindo sua geografia do mundo projetando interesses de expansão territorial e um discurso geográfico legitimador de tais interesses (geografias coloniais)
• Nesse caso a teoria evolucionista da história (da qual a geografia é herdeira) é a mais bem sucedida teorização sobre as desigualdades entre as culturas, mostrando-a como um percurso único da barbárie à civilização
• Também as religiões tiveram papel destacado na difusão e consolidação de hierarquias entre lugares e sociedades, pois na expansão colonial o missionário se fez acompanhar pelo soldado e pelo comerciante
• A relação entre a geografia européia e o colonialismo do século 19 é siamesa, gerando um levantamento exaustivo dos lugares do mundo extra-europeu, identificando riquezas potenciais, caminhos e obstáculos à penetração colonial
• Já as geografias produzidas nas colônias respondem a outros interesses, o que não nega relações e intercâmbios de parte a parte, com as metrópoles determinando o padrão culto, muitas vezes imposto sob a forma de auxílios e bolsas aos geógrafos do 3º Mundo.

Geografia no Brasil ou geografia brasileira (distinção a problematizar, objeto do autor)
• Centralidade da geografia como prática material na vida social das formações coloniais em geral e do Brasil em particular, pois a expansão territorial e o domínio de espaços está na própria natureza dessas sociedades (pecado original das colônias)
• A condição periférica marca profundamente a história brasileira em todas as dimensões, que se traduz na periódica necessidade de ajustes internos aos padrões e ritmos do centro da economia-mundo capitalista
• Esse caráter reativo também se manifesta como condicionante histórico no campo das idéias e das mentalidades, gerando uma cultura erudita que tem seus parâmetros e conteúdos definidos no exterior
• Nesse quadro começa a se delimitar um campo geográfico no século 19, ainda sem uma identidade disciplinar, mas refletindo as idéias européias da geografia moderna
• Da necessidade de legitimação com a independência do país, na dificuldade de identificação como nação utiliza-se o discurso geográfico que usa o território como o centro de referência da unidade nacional, sendo o povoamento a tarefa básica na construção do país
• A partir de 1930 institucionaliza-se o campo disciplinar, com a fundação do Conselho Nacional de Geografia, do IBGE e da AGB, que porém não esgotam as possibilidades de formulação de ideologias geográficas
• Aqui retoma plenamente seu sentido a distinção entre “pensamento geográfico” e “geografia”, abrindo caminho para dois campos de pesquisa:
1. uma história das idéias geográficas no país (mais genérica) com argumentos provenientes de fora da geografia, do pensamento social brasileiro, com discursos e reflexões sobre o território e a geografia
2. uma história da institucionalização da disciplina geografia
• os campos são pouco explorados e recomenda-se o rigor historiográfico e aprofundamento metodológico como antídotos para abordagens pseudo-filosóficas.